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Tavares da Gaita era um artista autodidata, plural, cujas expressões espontâneas se revelavam, também, nas artes visuais. Ele não possuía conhecimentos técnicos ou acadêmicos para desenvolver o que produzia. Os desenhos de Tavares surgiam da sua fértil imaginação e do seu hábito de criar formas para colorir, que eram traçadas com caneta e pintadas com lápis de cor em vários tipos de papel. Frequentemente, utilizava cadernos com papel de alta gramatura e com páginas destacáveis, a exemplo do Canson. Assim, pela criatividade e pela diversidade de cores aplicadas, essa produção imagética pode ser considerada de arte naïf, em meio aos conceitos críticos do universo artístico.  Por outro lado, claramente, a subjetividade está impressa nas linhas retas e curvas que dão origem a formas geométricas na maioria das representações. Desta maneira, a arte abstrata geométrica conceitua a manifestação de Tavares na busca por objetos distantes da realidade externa comum e por combinações cromáticas que valorizam a composição resultante, quase sempre simétrica. Para desenhar as figuras, o artista manejava instrumentos como compasso, esquadro, régua e transferidor. Na Série Circulus, que abre esta exposição virtual, os desenhos policromados mostram curvas, setores circulares e arcos de circunferência que se acentuam entre as figuras geométricas planas observadas. A combinação de matizes é ousada, na qual aparecem cores frias e quentes. Os círculos flutuam na dinâmica informal, livre e autêntica de Tavares da Gaita.

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